"A diferença entre a vida e a arte é que a arte é mais suportável." Bukowski

sábado, 15 de outubro de 2011

Carta

Belo Horizonte, 4 de outubro de 2011.  15:42


  Na noite passada eu voltei para casa com seus pensamentos e seu peso nos meus ombros, entrei em casa e tirei os sapatos. De volta, e sinto seu cheiro por todas as partes do meu corpo. Seriam precisos longos banhos até que você se fosse de vez, pelo ralo. Mas eu me acostumei assim, vezenquando me desesperava, embora já estivesse um pouco mais tranquilizada com sua perda e soubesse mais do que ninguém no mundo que não iria voltar. Eu não sei o que pensar de nós, quando o vejo aos pedaços, e me desespero por suas lágrimas, pelo peso de tudo, pelo mundo que carrega nas costas, eu não sei o que poderia fazer. Eu gostaria de ajudar se pudesse, embora soubesse que somente não lhe bastaria tapar este vão, por onde passam esses reflexos malditos, que vem te cegando e matando seu espírito lentamente e já soubesse desde o início que pessoas amadas por você, que ganham espaço em sua vida, deveriam se sentir honradas, especialmente aquelas por quem seu peito acalantou tantas e sofridas vezes. Você é uma exceção, você é especial. Eu faria tudo novamente, todos os dias e todas as noites que passamos juntos. Meus braços abertos, estendidos e cansados, estão esperando que seus corajosos passos o tragam para este encontro, e preencha-os enquanto ainda posso sentir o calor do meu peito.



   

Um comentário:

Anônimo disse...

Tão bonito Louise, gosto dos teus escritos. Essa carta foi entregue?

Um beijo!

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