"A diferença entre a vida e a arte é que a arte é mais suportável." Bukowski

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Sem título nem data.

Ballerina II 1925, por Joan Miró




Esse silêncio vazio, vago da madrugada me põe perdida. Ando trocando o dia pela noite e me sentindo incomodada com isso. Em momentos quis me calar feito ela, em outros não desejei silêncio algum. E ele veio a clamar. Era o mesmo silêncio medroso que me distanciava da vida. Sempre muito íntimo apesar do receio à abordagem. Não andava lá muito segura (como se isso fosse novidade), pois é como estar só, tendo a garantia também não muito segura do amor dos outros, do seu amor. Tudo está bem, estou com você. Senti que iria desaparecer sem muito mistério pra tentar me descobrir um pouco mais, era necessidade, ou talvez solidão. Me intrigava o fato de desejar o amor de alguém e sumir da sua vida. E tinha no mesmo instante uma projeção disso tentando colocar em prática essa coisa que surgia me perguntando se era algo realmente necessário, ou talvez me convencer de que isso não passava de um capricho meu.






Louise Martins.






(Foi escrito  há quase dois anos. Quis publicar pois encontrei isso numa velha agenda que me fazia companhia nas madrugadas).


             

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