Admiro você por usar de menos coração. Ser menos passional me faria mais feliz, mais direta, menos impulsiva, menos agressiva. Eu saberia lidar melhor com meus sentimentos, os veria passar tão longe de mim que não iriam doer no peito nem na consciência. Não existiriam bares, nem dias tristes, nem momentos desperdiçados.
As coisas teriam mais sentido, a vida não seria isso. Nada seria essa utopia, nada seriam desses amores, nada seriam desses sonhos. Quando me deito, ponho-me a pensar em coisas vazias, em pessoas que me deixam vazias, em possíveis preenchimentos passageiros. Por que é tão difícil consegui-los? Não sei. E por que não é mais fácil sair desse quarto escuro de dia? E por que não é mais fácil ainda enfrentar as pessoas e a vida pensando que somos tão parecidos quando sentimos dor...
Por quê?
Talvez eu goste disso, desse sofrimento que vai alimentando os dias com essas cores bonitas e frias do nosso imaginário. Dessas que não se vê em qualquer época do ano. Dessas que agente não vê quando não sofre por um amor ou dessas que agente vê o tempo todo simplesmente porque quer.
Louise Martins.
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